domingo, 10 de maio de 2009

Abordagem Sociocultural de Vygotsky

A abordagem sociocultural tem como representante máximo Vygotsky, que se empenha em estudar a consciência, não se limitando às contribuições de Pavlov( teoria da reflexologia, do condicionamento clássico). Vygotsky dialoga com o Behaviorismo, com a Gestalt, com Piaget. Procura produzir algo novo, trabalha no sentido de encontrar um método que trate a consciência de maneira objetiva e concreta, tendo como referência os meios que utilizamos para construir o conhecimento. Para ele, o que nos diferencia dos outros animais é a nossa capacidade de mediatizar nossas relações, assim nossos processos psicológicos superiores (percepção, memória lógica, atenção voluntária, pensamento verbal, linguagem, que já foram aqui tratados), começam a se formar nas relações sociais pela/ na linguagem.

A nossa coonstituição humana, conforme já vimos, segue uma rota que vai do plano interpessoal para o intrapessoal, ou seja:

(...) Segue duas linhas qualitativamente diferentes de desenvolvimento, diferindo quanto à sua origem: de um lado, os processos elementares, que são de origem biológica; de outro, as funções psicológicas superiores, de origem sociocultural. A história do comportamento da criança nasce do entrelaçamento dessas duas linhas. ( VYGOTSKY, 1984,P.52).

Através do processo de internalização da cultura pelas crianças, caracterizado como um processo social que se faz pela mediação da linguagem. Essa abordagem procura superar as dicotomias entre indiviaul/social, natureza/cultura,biológico/social.

Vygotsky, portanto, difere seu pensamento do behaviorismo , do piagetiano e do da Gestalt, uma vez que não admite a predominância do objeto (Behaviorismo), nem a predominância do sujeito(Gestalt), na relação sujeito/objeto. Aproxima-se de Piage quando defende a relação de interação entre sujeito e objeto na construção do conhecimento, mas distancia-se daquele quando diz que essa relação não é uma relação direta, mas mediada pelo outro, pela linguagem, pela cultura. É nessa relação medidade que vamos nos transformando de seres biológicos em seres histórico-culturais, pois para Vygotsky o biológico não é suficiente par nos transformar em seres humanos; portanto, é na relação com a cultura, com a linguagem e com o outro que nos constituímos seres humanos. Sendo assim, o meio físico e o sociocultural é constitutivo do ser humano e não apenas o influencia( como afirma Piaget), e nem sozinho produz a humanidade(como afirma o Behaviorismo).
Desse modo, pouco a pouco, os indivíduos "vão se apropriando dos modos de funcionamento psicológico, do comportamento e da cultura, enfim, do patrimônio histórico da humanidade e de seu próprio grupo social".( Rego, 1995,p.87). Ao internalizar os processos culturais, os indivíduos não precisam da mediação;tornam-se independentes, constituindo assim um modo próprio de ser, de pensar e de sentir, tendo a fala(entendida como instrumento ou signo) como organizadora, preponderante, das funções psicológicas superiores e das atividades práticas.Nesa perspectiva, a criança reconstrói individualmente os modos de viver, sentir e de pensar da humanidade e aprende a organizar seus próprios processos mentais.

Chegamos entao em condições em condições de discutir um empasse: Desenvolvimento independete de aprendizagem aprendizagem? Para a abordagem sociocultural, aprendizagem e desenvolvimeno são processos distintos, porém interdependentes, sendo que a aprendizagem tem a função de despertar procesos internos de desenvolvimento que ainda não se manifestaram nos indivíduos. Portanto, o "bom ensino é quele que se adianta ao desenvolvimento", e mais uma vez nos leva a ressignificar o valor das interações sociais na sala de aula. Assim podemos redimensionar a nossa prática prática escolar, o sujeito que aprende é aquele interativo , ativo e único no seu proceso de construção do conhecimento. Processo que o sujeito, não recebe passivamente, não se restringem à atividade espontânea e individual do sujeito, que apesar de ser importante, não é suficiente para a apropriação dos conhecimentos acumulados pela humanidade. A intervenção do professor é fundamental, para tanto, no processo de construção do conheicmento, como alguém que tem mais sobre assunto, assim como as trocas entre crianças, que são importantes no processo de ensino aprendizagem.

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