quinta-feira, 25 de junho de 2009

Poema : Faça hoje

Diante do quadro de desrespeito pelo qual estamos passando na Faculdade Helena Antipoff, que nega direitos aos professores, enquanto trabalhadores da educação que, como qualquer outro trabalhador, deve receber pelo serviço prestado e não ser tratado como escravo, deixo aqui o meu protesto. Sempre ouvimos: A todo trabalhador deve ter assegurado o direito de receber pelo serviço prestado, garantindo sua sobrevivência e de seus dependentes. Porém, há dois meses os nossos professores não recebem pagamento e não é depositado o FGTS dos mesmos. Devido a isso, os professores paralizaram os trablhados e para receberem pagamento, após serem ou demitidos e ou forçados a pedirem demissão, terão que, segundo a direção da faculdade que entrar na justiça para receberem o que lhes couber.

Estendendo essa lamúria, em outra ponta do processo esmagador, encontram-se os alunos, nós. A nós é negado o direito ao estudo, quem paga é desconsiderado, o processo escolar é colocado em segundo plano. Faltando apenas um mês para encerarmos o período letivo. Como valorizar a educação? A própria instituição a está valorizando? Qual o poder do estado, ele tem pêso afinal, ou não?

Impressiona-me a força do poder paralelo. Ele tem demonstrado mais forte ultimamente, será impressão minha? A que ponto chegaremos? Será que a psicologia explica? Ou nem Freud seria capaz de esclarecer essa situação. Segundo Freud, "o sujeito humano não pode ser todo domado. Ele sequer se desenvolve, mas, antes, se constitui." Como estamos, segundo Freud? Deixo aqui este recado para todos os seguidores do blog. Vamos filosofar... O que fazer? ...


Afinal, após o desabafo, o poema:

Faça hoje

O que você tentou ontem e não conseguiu
A tristeza no lixo despeje
A alegria busque de onde fugiu.
Diga a alguém que você o ama
Não deixe pra depois
Abrace e beije
Viva essa vida a dois
Seja ela com a pessoa amada
Ou com um filho
Um pai ou uma mãe
Pra traz não deixe nada
Mostre seu carinho pelas pessoas
E não tenha vergonha de pedir perdão
O amanhã pode não chegar
Enfim... Abra o seu coração.
Nunca é tarde para ser feliz
Deixe a felicidade entrar
Ame e deixe-se amar !!!

Autor desconhecido

sábado, 6 de junho de 2009

Desenvolvimento e Aprendizagem

Vygotsky argumenta que é preciso detrminar dois níveis de desenvolvimento: o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento proximal.O nível de desenvolvimento real, diz respeito ao nível de desenvolvimento das funções mentais da criança que se estabeleceram como resultados de certos ciclos de desenvolvimento já completos. Nesse nível a criança faz tudo por si mesma. Muitos psicólogos e educadores acreditam que o que o criança faz de forma independente indica o seu nível de desenvolvimento mental. Caso o professor forneça pistas à criança antes dela solucionar um problema, ou se ele inicia uma solução e a criança a completa, ou se a mesma resolve o problema dependendo da ajuda de outros colegas, a solução não é vista como indicadora de seu desenvolvimento mental( VYGOTSKY, 1989).

Vygotsky lança um olhar para o futuro, para aquilo que ainda não foi aprendido, ao atentar para os dois níveis de desenvolvimento, para o que ainda não foi aprendido,mas que pode ser aprendido com a ajuda de outros colegas ou de um adulto. Nada mais, nada menos isso que é a Zona de Desenvolvimento Proximal, que é o domínio psicológico em constante transformação.

Conclui-se que, o nível de desenvolvimento real caracteriza-se como sendo o desenvolvimento mental retrospectivamente e a zona de desenvolvimento proximal caracteriza o desenvolvimento mental prospectivamente. " a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinadoo através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes" (VYGOTSKY, 1989,P.97).












(O pensamento: origina-se na esfera da motivação, que inclui inclinações, interesses, impulsos, afeto e emoção, como o que ocorre em uma boa conversa).
Enquanto profissionais da Educação, precisamos pensar estratégicas capazes de promover o interesse de aprendizagem das crianças, como? É o que veremos hoje...

De acordo com Vygotsjy, o papel do professor é o de impulsionador do desenvolvimento psíquico das crianças. Quanto mais aprendizado, maior o desenvolvimento. Isso não quer dizer que devamos exceder a quantidade de conteúdos apresentados aos nossos alunos. Antes, o que de fato importa, é apresentar formas de pensamento às crianças, detectanto antes que condições as mesmos têm de absorvê-los. Por exemplo, o professor necessita avaliar quais as habilidades os seus alunos detêm e quais ainda necessita adquirir. Ainda, como bom observador e mediador, deve diagnosticar quais as atividades são estimuladoras para os alunos, as que os estimulam a pensar de uma maneira nova e as que despertam neles o entusiasmo.

Sabe-se de acordo com os estudos de Vygotsky que o pensamento origina-se na esfera da motivação e inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos , afeto e emoção. Dessa maneira, nada mais estimulante que criar atividade desafiadoras e possibilitadoras de desencadear os mesmos.

Importante também colocar aqui, que na visão de Vygotsky (1989), aprendizado e desenvolvimento estão interrelacionados desde o nascimento das crianças. Através das interações sociais que acontecem na família, com amigos e em outras instâncias sociais. As crianças aprendem o nome das coisas, os movimentos, os conceitos cotidianos e, nesse processo, a criança desenvolve suas habilidades, competências e saberes para estar no mundo, sentir e pensar o mundo em que ela vive. Vygosty, porém, discute que essa relação geral entre desenvolvimento e aprendizagem difere do aprendizado escolar. O aprendizado escolar será aquele que introduzirá algo novo no desenvolvimento cultural das crianças. A elaboração das dimensões do aprendizado escolar,na visão de Vygotsky (1989) será conseguida através do conceito de desenvolvimento proximal e esse será tratado posteriormente. O que considero de fundamental importância para a compreensão de como e o porquê, se deve pautar o professor mediador do processo de construção de conhecimento do aluno.

( Baseado na Revista Escola, no texto de Marta Kohl de Oliveira)

OLIVEIRA, M.K. de Vygostky. São Paulo, Scipione, 1993.

domingo, 31 de maio de 2009

O Problema da Afetividade em Vygotsky

TRATAREI HOJE, DE ACORDO COM VYGOTSKY DAS QUESTÕES RELATIVAS ÀS DIMENSÕES COGNITIVA E AFETIVA DO FUNCIONAMENTO PSICOLÓGICO


O problema da afetividade em Vygotsky


Marta Kohl de Oliveira
As dimensões: cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico têm sido tratadas ao longo da história da psicologia como ciência, de forma separada. Numa tentativa de recomposição do ser psicológico completo, no entanto, percebe-se uma tendência de reunião desses dois aspectos. As situações concretas da atividade humana, objeto de interesse de áreas como a educação, por exemplo, pedem uma abordagem mais orgânica do ser humano como forma de compreensão das lacunas explicativas ao enfrentarmos indivíduos e grupos em situações reais de desempenho no mundo.
As abordagens de Vygotsky tratam de aspectos referentes ao funcionamento cognitivo, tais como: A centralidade dos processos psicológicos superiores no funcionamento típico da espécie humana; o papel dos instrumentos e símbolos culturalmente desenvolvidos e internalizados pelo indivíduo, no processo de mediação entre sujeito e objeto de conhecimento; as relações entre pensamento e linguagem; a importância dos processos de ensino-aprendizagem no promoção do desenvolvimento; a questão dos processos metacognitivos. Vygotsky poderia ser considerado um cognitivista, em termos contemporâneos, uma vez que se preocupou com a investigação dos processos internos relacionados à aquisição, organização e uso do conhecimento e, especificamente, com sua dimensão simbólica.
Vygotsky nunca usou o termo ‘cognição’. Na verdade, apenas recentemente é que um equivalente mais preciso de ‘cognição’ entrou no léxico da psicologia soviética, com o termo ‘Kognitivii’. Os termos utilizados por Vygotsky para designar processos que denominamos cognitivos são “funções mentais” e “consciência”. “Vygotsky usou o termo ‘função mental’ para referir-se a processos como pensamento, memória e atenção. Ele fez uma distinção básica entre as funções elementares, como atenção involuntária e funções mentais superiores, como atenção voluntária e memória lógica. Segundo ele, não há uma maneira de compreender nenhuma dessas funções mentais separadamente, principalmente as superiores. Sua verdadeira essência é serem inter-relacionadas com outras funções. A sua compreensão do termo ‘consciência’, por exemplo, remete-nos ao afeto e ao intelecto... os processos pelos quais o afeto e o intelecto se desenvolvem estão inteiramente enraizados em suas inter-relações e influências mútuas.
Em sua teoria, o lugar do afetivo do ser humano é visto de acordo com as perspectivas, monista e holística. De com a perspectiva monista: que se opõe a qualquer ruptura das dimensões humanas como corpo/alma, mente/alma, material/não-material/, pensamento/liniguagem. Já a perspectiva holística, se opõe ao atomismo, ao estudo dos elementos separados do todo, propondo a busca de unidades de análise que mantenham as propriedades da totalidade. Sendo que tanto o monismo quanto a abordagem globalizante buscam a pessoa com um todo e, portanto, não separam afetivo e cogntivo como dimensões isoláveis.
Vygotsky menciona que um dos principais defeitos da psicologia tradicional é a separação entre os aspectos intelectuais, de um lado, e os volitivos e afetivos, de outro, propondo a consideração da unidade entre esses processos. Segundo ele, o pensamento tem sua origem na esfera da motivação, a qual inclui inclinações, necessidades, interesses, impulsos, afeto e emoção. Nessa esfera estaria a razão última do pensamento e, dessa forma, uma compreensão completa do pensamento humano só é possível quando se compreende sua base afetivo-volitiva. Vygotsky critica a separação do intelecto e do afeto, diz: “enquanto objetos de estudo, é uma das principais deficiências da psicologia tradicional, uma vez que esta apresenta o processo de pensamento como um fluxo autônomo de ‘pensamentos que pensam a si próprios’, dissociados da plenitude da vida, das necessidades e dos interesses pessoais, das inclinações e dos impulsos daquele que pensa. Esse pensamento dissociado deve ser considerado tanto um epifenômeno sem significado, incapaz de modificar qualquer coisa na vida ou na conduta de uma pessoa, como alguma espécie de força primeva a exercer influência sobre a vida pessoal, de um modo misterioso e inexplicável. Assim à origem e à causa de nossos pensamentos, fecham-se as portas a qualquer estudo mais fecundo do processo inverso, pois, a análise determinista exigiria o esclarecimento das forças motrizes que dirigem o pensamento para esse ou aquele canal. Justamente por isso a antiga abordagem impede qualquer estudo fecundo do processo inverso, ou seja, a influência do pensamento sobre o afeto e a volição.
“A análise em unidades indica o caminho para a solução desses problemas de importância vital. Demonstra a existência de um sistema dinâmico de significados em que o afetivo e o intelectual se unem. Mostra que cada idéia contém uma atitude afetiva transmutada com relação ao fragmento de realidade ao qual se refere. Permite-nos ainda seguir a trajetória que vai das necessidades e impulsos de uma pessoa até a direção específica tomada por seus pensamentos, e o caminho inverso, a partir de seus pensamentos até o seu comportamento e a sua atividade” ( Vygotsky, 1989,PP.6-7).

domingo, 10 de maio de 2009

Abordagem Sociocultural de Vygotsky

A abordagem sociocultural tem como representante máximo Vygotsky, que se empenha em estudar a consciência, não se limitando às contribuições de Pavlov( teoria da reflexologia, do condicionamento clássico). Vygotsky dialoga com o Behaviorismo, com a Gestalt, com Piaget. Procura produzir algo novo, trabalha no sentido de encontrar um método que trate a consciência de maneira objetiva e concreta, tendo como referência os meios que utilizamos para construir o conhecimento. Para ele, o que nos diferencia dos outros animais é a nossa capacidade de mediatizar nossas relações, assim nossos processos psicológicos superiores (percepção, memória lógica, atenção voluntária, pensamento verbal, linguagem, que já foram aqui tratados), começam a se formar nas relações sociais pela/ na linguagem.

A nossa coonstituição humana, conforme já vimos, segue uma rota que vai do plano interpessoal para o intrapessoal, ou seja:

(...) Segue duas linhas qualitativamente diferentes de desenvolvimento, diferindo quanto à sua origem: de um lado, os processos elementares, que são de origem biológica; de outro, as funções psicológicas superiores, de origem sociocultural. A história do comportamento da criança nasce do entrelaçamento dessas duas linhas. ( VYGOTSKY, 1984,P.52).

Através do processo de internalização da cultura pelas crianças, caracterizado como um processo social que se faz pela mediação da linguagem. Essa abordagem procura superar as dicotomias entre indiviaul/social, natureza/cultura,biológico/social.

Vygotsky, portanto, difere seu pensamento do behaviorismo , do piagetiano e do da Gestalt, uma vez que não admite a predominância do objeto (Behaviorismo), nem a predominância do sujeito(Gestalt), na relação sujeito/objeto. Aproxima-se de Piage quando defende a relação de interação entre sujeito e objeto na construção do conhecimento, mas distancia-se daquele quando diz que essa relação não é uma relação direta, mas mediada pelo outro, pela linguagem, pela cultura. É nessa relação medidade que vamos nos transformando de seres biológicos em seres histórico-culturais, pois para Vygotsky o biológico não é suficiente par nos transformar em seres humanos; portanto, é na relação com a cultura, com a linguagem e com o outro que nos constituímos seres humanos. Sendo assim, o meio físico e o sociocultural é constitutivo do ser humano e não apenas o influencia( como afirma Piaget), e nem sozinho produz a humanidade(como afirma o Behaviorismo).
Desse modo, pouco a pouco, os indivíduos "vão se apropriando dos modos de funcionamento psicológico, do comportamento e da cultura, enfim, do patrimônio histórico da humanidade e de seu próprio grupo social".( Rego, 1995,p.87). Ao internalizar os processos culturais, os indivíduos não precisam da mediação;tornam-se independentes, constituindo assim um modo próprio de ser, de pensar e de sentir, tendo a fala(entendida como instrumento ou signo) como organizadora, preponderante, das funções psicológicas superiores e das atividades práticas.Nesa perspectiva, a criança reconstrói individualmente os modos de viver, sentir e de pensar da humanidade e aprende a organizar seus próprios processos mentais.

Chegamos entao em condições em condições de discutir um empasse: Desenvolvimento independete de aprendizagem aprendizagem? Para a abordagem sociocultural, aprendizagem e desenvolvimeno são processos distintos, porém interdependentes, sendo que a aprendizagem tem a função de despertar procesos internos de desenvolvimento que ainda não se manifestaram nos indivíduos. Portanto, o "bom ensino é quele que se adianta ao desenvolvimento", e mais uma vez nos leva a ressignificar o valor das interações sociais na sala de aula. Assim podemos redimensionar a nossa prática prática escolar, o sujeito que aprende é aquele interativo , ativo e único no seu proceso de construção do conhecimento. Processo que o sujeito, não recebe passivamente, não se restringem à atividade espontânea e individual do sujeito, que apesar de ser importante, não é suficiente para a apropriação dos conhecimentos acumulados pela humanidade. A intervenção do professor é fundamental, para tanto, no processo de construção do conheicmento, como alguém que tem mais sobre assunto, assim como as trocas entre crianças, que são importantes no processo de ensino aprendizagem.

Desenvolvimento Cultural de Funções Psicológica Superiores: a Percepção

Assim como a memória e a tenção, a percepção também não age de forma isolada. De acordo com Oliveira(1993) " ao percebermos elementos do mundo real, fazemos inferências baseadas em conhecimentos adquiridos previamente e em informações sobre a situação presente, interpretando os dados perceptuais à luz de outros conteúdos psicológicos"(p.74).
No contexto de sala de aula, ou em casa, por exemplo, quando entregamos para as crianças pequenas que ainda não dominam a leitura e a escrita, um texto com ilustração, a tendência é que elas descrevam as situações ilustradas a partir dos conhecimentos que já possuem sobre as imagens. Caso apresentemos à criança, por exemplo, uma ilustração que tenha um peixe, e que tenha escrito, Nemo é um lindo peixe, ela tende a ler o peixe está nadando. Ela não percebe detalhes de imediato e traduz o todo que viu em primeiro lugar. Para que perceba esse todo terá que prestar atençao ao desenho, memorizá-lo, teve que usar de maginaão par dizer o que estava escrito etc. Percebe, da mesma forma quando está aprendendo a ler e a escrever, perceber as palavras como um todo, par depois analisar detalhes como sílabas, letras e sons. Assim, no início do processo de alfabetização, as crianças inventam palavras para escrever e um todo com combinações diferenciadas. Por exemplo, se a criança se chamar Ana e a professora pedir a ela que escreva peixe, ela então tende a escrever essa palavra usando as letras de seu próprio nome, formando um todo sem que ainda saiba de suas partes.

Ao aprender a falar acontece algo semelhante, percebe as palavras como um todo, criando significados para elas nos contextos em que vive. Chamará a todos os bichos de quatro patas de au-au, demonstra que ainda não tem informações suficientes par distinguir um do outro, percebendo ambos como semelhantes.

Dessa forma, para Vygotsky, as funções psicológicas superiores, típicas do ser humano são, por um lado, apoiadas nas características biológicas da espécie humana e, por outro lado, construídas ao longo de sua história social.Não existe ser humano fora das relações sociais, " é enquanto ser social que o homem cria suas formas de ação no mundo e as relações complexas entre as funções psicológicas superiores" (OLIVEIRA, 1993, p. 78).

Entretanto, para que ocorra o citado, é necessário que o ser humano interiorize as formas sociais e culturais, ou seja, obtenha o domínio progressivo das instrumentos culturais e a regulação de seu comportamento. Vygotsky descreve duas direções para o processo de internalização das funções psicológicas superiores. A primeira direção é chamada de interpessoal, aquela que ocorre entre pessoas e, a segunda, é chamada de intrapessoal, que ocorre dentro das pessoasl. A esse proceso ele chama de "internalização, a reconstrução interna de uma operação externa"(VYGOTSKY, 1989,p.63). Segundo as palavras dele, para que o ser humano possa atingir o nível de comportamento ele precisa combinar instrumentos e signos na atividad psicológica.