domingo, 29 de março de 2009

Caso das crianças lobo, Amala e Kamala

Irei agora, através da narrativa a respeito de Amala e Kamala, ilustrar o texto refente a Conhecimento e a Educação postado anteriormente. Leiam e percebam o quanto é interessante constatar que o conhecimento é realmente um produto social coletivo.


O caso das crianças lobo, Amala e Kamala serve para ilustrar a afirmação de que apenas a composição biológica do indivíduo não lhe assegura a condição suficiente para se tornar humano, apenas a condição necessária para a sua existência como indivíduo.
Conta-se que, em 1920, na Índia, o Reverendo Singh teria confirmado um boato que circulava entre os camponeses de Midnapore. Tratava-se da existência de crianças vivendo no meio de lobos. Através de um posto de observação montado em cima de uma árvore, do lado de fora de uma grande caverna, ao cair da noite, pôde observar que entre lobos que saiam um a um da caverna encontrava-se uma mãe e seus filhotes e, entre esses filhotes dois deles pareciam homens, apesar de não agirem como tal.
Organizou-se uma exposição que massacrou os lobos, as crianças-lobo foram resgatadas. Uma delas, quando foi encontrada, denominada Amala, tinha um ano de idade e veio a morrer um ano mais tarde. A outra, Kamala, de oito anos de idade, viveu até 1929. Eram como lobos no jeito de comportar e até mesmo na aparência. Moviam-se rapidamente de quatro, não sabiam andar sobre os pés, criaram calos duros nos joelhos e naspalmas das mãos. Mexiam as narinas para cheirar, queriam comer apenas carne crua, caçavam animais selvagens, tinham hábitos noturnos, evitavam outras crianças, preferiam a companhia de cães e gatos. Ao dormir, enrolavam-se juntas no chão. Eram ativs e uivavam como lobos. Nunca choravam ou riam. O relato abaixo nos dá idéia da evolução de Kamala:
" A evolução de Kamala, foi significativa, porém limitada. Ela conseguiu aprender a caminhar só com as pernas e mudar de hábitos alimentares, aprendeu muitas palavras e sabia usá-las, embora nunca tenha chegado a falar com fluência. Apesar dos progressos de Kamala, a família do missionário anglicano que cuidou dela, bem como outras pessoas que a conheceram intimamente, nunca sentiu que fosse verdareiramente humana.

Fonte: http:// www. feralchildren.com/en/index.php exemplos de vários casos.
www.google.com" crianças lobo".

Assim, denominamos ao processo que se permite tornar-se humano mediante a interação com outros homens no interior de um determinado contexto social de EDUCAÇÃO.

Aproveito para a partir dessa definição de educação, abordar a teoria de Vygotsky, pois dentre as diferentes correntes psicológicas, a psicologia sócio-histórica é a que mais nos mobiliza a compreender o desenvolvimento do ser humano, ou seja, como nos tornamos humanos ao nos apropriarmos do mundo. Sua obra apesar de inacabada é genial. Assim para compreender sua teoria parece-me necessário saber em que época histórica viveu Vygotsky, com quem dialogou, como construiu sua teoria da psicologia sociocultural ou sócio-histórica ou sócio-interacionista, e para isso, caso você queira construir conhecimento, leia as próximas publicações do blog, ok?


O Conhecimento e a Educação

Sabemos que conhecimento é a apropriação intelectual das coisas, dos fenômenos, daquilo que se transformou em objeto de interesse para nós, que ele se dá de acordo com a nossa conveniência, com o nosso parecer favorável a respeito de assuntos diversos. Há portanto, diferentes conhecimentos.
O conhecimento é resultado ou produto de um processo social coletivo. Cada indivíduo desenvolve o seu saber no interior de um determinado grupo social, no interior de determinada classe social, em uma sociedade. Diferentes classes sociais que compõem determinada sociedade terão nela indivíduos que perceberão de diferentes maneiras a realidade, pois não há posibilidades de a percepção de uma mesma realidade ser ideêntica a das diferentes classes sociais. "O conhecimento é determinado socialmente, é um produto social".
Quem procura adquirir conhecimento são os homens e eles também produzem conhecimento, diferente dos animais e ao mesmo tempo os homens produzem a sua própria vida. Conhecer e existir fazem parte de um mesmo processo social.
Da relação entre um homem e uma mulher é possível nascer um indivíduo. Esse indivíduo é o produto de uma herança biológica, ele traz a composição genética advinda daquela relação. A composição biológica desse indivíduo assegura a ele a condição necessária para a sua existência como indivíduo, não lhe assegura, contudo, a condição suficiente para se tornar humano.
Fonte: Integração e operacionalização de práxis psicopedagógica: eixo 1/ Coordenação e organização dos textos por Magda Chamon.- Belo Horizonte: Faculdade de Ciências Humanas da Universidade FUMEC, 2005. p.19

domingo, 22 de março de 2009

PIAGET E NOVA PSICOLOGIA

Hoje veremos algumas posições de Piaget a respeito das relações corpo/mente, sujeito/sujeito, sujeito/sociedade e a crítica que envolve a desconsideração da sociedade como construção histórica em suas pesquisas. Vejamos, pois...

Aplicação do método piagetiano

PIAGET: (1896-1980)- Nasceu em Neuchâtel, suíça. O volume dedicado ao autor na Coleção Os Pensadores traz uma bibliografia detalhada bem como uma cronologia de suas obras. No endereço Web(http://penta.ufrgs.br/~ Márcia/biopiag.html) também pode-se encontrar uma cronologia bastante interessante com informações sobre a trajetória pessoal e profissional do autor.



Fonte: www.universia.com.br

De certa forma, Piaget cria uma nova Psicologia. Já naquela época, ele considerava que para o conhecimento do indivíduo evoluir é necessário o estímulo, a participação, o respeito mútuo no lugar do professor como único detentor do conhecimento e responsável pela sua transmissão. "Essa linha de trabalho coloca Piaget no mesmo patamar de Freud no que diz respeito à importância de seu trabalho na Psicologia. Aquilo que Freud realizou no campo das emoções, Piaget fez no universo do conhecimento", afirma o professor da Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fernando Becker. .

Apesar da teoria do conhecimento construída por Jean Piaget não ter intenção pedagógica, ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar sua prática. Para especialistas, estas informações, quando bem utilizadas, ajudam o professor em sala de aula. "O que permanece de Piaget é a mensagem aos professores de que os conteúdos devem ser apresentados aos alunos de acordo com suas capacidades", conclui Becker.

Quando inicia os estudos sobre a construção do conhecimento, piaget parte do pressuposto de que a mente se constrói em interação com o corpo, na relação desse corpo com outros corpos e na interação desses corpos em uma sociedade. Segundo os estudiosos, Piaget priorizou o par mente/ corpo e as relações entre os sujeitos e deu pouca ênfase à relação dos sujeitos com a sociedade. Ele analisa a relação entre os sujeitos, mas sem qualificar o conytexto que os circunscrevem, por exemplo, ao analisar a construção por um bebê de um determinado esquema, ele mostra a importância do adulto, mas não mostra as possíveis modulações nessa construção em função deste adulto ser o pai, mãe, babá ou outro sujeito. Ou se o bebê está em uma creche, na rua ou em casa. Nessa perspectiva, Piaget não teria priorizado, em suas pesquisas, a sociedade como construção histórica, isto é, considerou-a como uma variável, no máximo, em termos de diferença cultural. "Essa crítica foi revista por outros estudiosos que entendem que Piaget estava em busca do que é universal em termos de mente humana, do que é inerente à espécie". ( Fonte: Fundamentos cognitivos do processo Ensino- Aprendizagem I- Professora Maria Isabel Antunes Rocha- FUMEC- 2007).

"Conforme Piaget:

Existe , com efeito, um paralelo constante entre a vida afetiva e a vida intelectual... Afetividade e inteligência são, assim, indissociáveis e constituem os dois aspectos complementares de toda conduta humana... Nunca há ação puramente intelectual... assim como também não há atos que sejam puramente afetivos ( PIAGET, Jean. Seis Estudos de Psicologia. 24 ª ed.- Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004.)

Seus estudos sobre emoções foram sintetizados na obra citada, sobretudo como apontamentos e considerações, esse tema não foi prioridade em seus experimentos empíricos.
Para Piaget a estrutura e a dinâmica da mente existem como processos inerentes à condição humana. Mas, não está pronta, será construída e essa construção só ocorre com a presença do conteúdo.



domingo, 15 de março de 2009


Aplicação do método piagetiano

PIAGET: (1896-1980)- Nasceu em Neuchâtel, suíça. O volume dedicado ao autor na Coleção Os Pensadores traz uma bibliografia detalhada bem como uma cronologia de suas obras. No endereço Web(http://penta.ufrgs.br/~~ Márcia/biopiag.html) também pode-se encontrar uma cronologia bastante interessante com informações sobre a trajetória pessoal e profissional do autor.

De certa forma, Piaget cria uma nova Psicologia, cria um método que influencia na Educação. Já naquela época, ele considerava que para o conhecimento do indivíduo evoluir é necessário o estímulo, a participação, o respeito mútuo no lugar do professor como único detentor do conhecimento e responsável pela sua transmissão. "Essa linha de trabalho coloca Piaget no mesmo patamar de Freud no que diz respeito à importância de seu trabalho na Psicologia. Aquilo que Freud realizou no campo das emoções, Piaget fez no universo do conhecimento", afirma o professor da Faculdade de Educação da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Fernando Becker. .

Apesar da teoria do conhecimento construída por Jean Piaget não ter intenção pedagógica, ofereceu aos educadores importantes princípios para orientar sua prática. Para especialistas, estas informações, quando bem utilizadas, ajudam o professor em sala de aula. "O que permanece de Piaget é a mensagem aos professores de que os conteúdos devem ser apresentados aos alunos de acordo com suas capacidades", conclui Becker.


Fonte: www.universia.com.br


O desequilíbrio deve ser aceito para que ocorra nova aprendizagem


Uma curiosidade que temos é a respeito de como acontece a ampliação da espiral de Piaget. Hoje o assunto será a respeito disso. Caso você aceite que ainda não conhece a respeito, terá chances de reorganizar suas estruturas e ampliar possibilidades de construir conhecimentos caso se permita entender o como, por que e para que saber a respeito desse assunto. Ok?

Para Piaget, somos ao nascer corpo e mente que funciona ainda de forma precária e que necessita de muito apoio externo. Entretanto no decorrer da vida, acontecerá o desenvolvimento e será garantido o próprio funcionamento desse corpo.
O desenvolvimento mental não será cumulativo, somente o conteúdo não garantirá a ampliação de entendimento. Precisaremos também de alterar a estrutura e a forma de funcionamento, ou melhor, nossa mente deverá ser um espiral, flexível, aberta, ampliando-se para níveis cada vez mais amplos.
Como conseguir então ampliar esses níveis? Através do desequilíbrio. Ou seja, a compreensão do sujeito de que aquilo que sabe, pensa e faz está insuficiente para resolver desafios. Daí o entendimento de que o sujeito, nessa perspectiva, é ativo, isto é, ele precisa compreender o que, por que e como se aprende. Caso aceite o desequilíbrio, ele de uma forma ou outra ampliará seu saber.

Para Piaget, alguns desequilíbrios são inerentes à espécie, não há como evitá-los, como por exemplo, a necessidade de respirar ao nascer; crescimento físico; produção hormonal na adolescência; limites colocados pelo meio social; necessidades básicas como fome; sede; frio; sono e afeto.
Por outro lado, as estratégias de assimilação/acomodação, construídas para resolver o enigma do desafio, garantem ao sujeito o acesso a novos patamares de compreensão e de organização das suas formas de pensar, sentir e agir. Nesse momento não há retorno, o sujeito certamente ampliará sua espiral.